terça-feira, 30 de outubro de 2012

ACROBATA - ACROBATORNIS FONSECAI


O ninho da espécie é esférico, feito com gravetos e situado na copa das árvores mais altas. A câmara oológica é feita com musgo e folhas. O acrobata pode construir ninhos falsos para confundir predadores ou como reserva de gravetos para a manutenção do ninho ativo.
É um pássaro de pequeno porte (cerca de 15 cm). Foi descrito das matas de tabuleiro do sudeste da Bahia. Vive em altitudes desde o nível do mar até 800 m, habitando as copas das cabrucas. Insetívoro, procura e captura alimento com movimentos acrobáticos que incluem "escaladas negativas" nos galhos.
A reprodução ocorre entre os meses de setembro e outubro.
É o único representante da família Furnariidae cuja plumagem dos jovens difere radicalmente da dos adultos (MACHADO et al., 2008)

GRUPO:  Aves
ESPÉCIE: Acrobatornis fonsecai Pacheco, Whitney & Gonzaga, 1996
NOME VULGAR: Acrobata
FATORES DE AMEAÇA: Perda/degradação de habitat, poluição.
BIOMA: Mata Atlântica
PLANO DE AÇÃO            
CENTROS DE PESQUISA: CEMAVE
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: Desconhecidas
REFERÊNCIAS   
- MACHADO, A. B. M; DRUMMOND, G. M. & PAGLIA, A. P. (eds) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Volume II. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2008. 906 p.

Fonte: ICMBIO

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

POVO SOFRIDO DO SERTÃO







FOTO TIRADA NA MANHÃ DE ONTEM. UM VERDADEIRO CENÁRIO DE ASSOMBRO, DE DESOLAÇÃO. SE POSSÍVEL, MOSTREM ESSAS IMAGENS PARA O BRASIL, PARA O MUNDO. VAMOS MOSTRAR NOSSA SOLIDARIEDADE AO POVO SOFRIDO DO SERTÃO. 

Cidade: Andorinha BA
Fonte: Edna Duarte

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Palma é Alimento

       



Para as pastagens, o emprego da palma forrageira é bastante conhecido na s regiões onde há longos períodos de estiagem, água escassa e pouca alternativa de alimento. Já na alimentação humana, o vegetal vem sendo utilizado em preparações culinárias, tradicionalmente, no México, desde o Império Asteca. Só muito depois, chegou à Itália, difundindo-se pela Europa. Hoje, esses preparos recebem toques sofisticados da alta gastronomia, em pratos e bebidas saborosos e nutritivos. Principalmente, porque a palma forrageira passou a ser vista como uma das possibilidades de combater a fome e a desnutrição, tão presentes no semi-árido nordestino. Inclui o fato desta planta ser aliada nos tratamentos de saúde (é rica em vitaminas minerais, contendo 17 tipos de aminoácidos).


Nutrição



Estudos sobre os componentes nutricionais da palma forrageira indicam se tratar de um vegetal mais nutritivo do que os comumente encontrados na culinária vegetariana, como a couve, a beterraba e a banana, com a vantagem de ter baixo custo, sem pesar no orçamento das populações mais carentes. Vale reforçar que em países como o México, Estados Unidos e Japão este vegetal é um alimento nobre, tradicionalmente servido em restaurantes e hotéis de luxo, em preparos como sucos, saladas, pratos guisados, cozidos e doces.



A palma forrageira é um alimento nobre em vários países, embora seja uma riqueza pouco explorada para a alimentação humana no Nordeste. A polpa da planta serve de base para o preparo de vários pratos doces e salgados.



No Brasil, o preconceito impede o consumo humano da palma em maior escala, sobretudo pelo nordestino que vive no campo. Este aceita, no máximo, a planta para ração animal, informa o engenheiro agrônomo, chefe do departamento técnico da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Jorge Prado, um dos maiores difusores da palma em nossa região. O agrônomo foi um dos organizadores do I Simpósio Nordestino de Palma e outras Cactáceas, realizado este mês em Fortaleza, durante o XIV Seminário Nordestino de Pecuária (PECnordeste). "No México, a palma é considerada a terceira hortaliça mais consumida pela população", salienta. Desde 2006 Jorge Prado vem se dedicando ao estudo aplicado da palma e seus benefícios econômicos e sociais. Implementar o plantio e esclarecer o produtor rural de seus benefícios tanto no consumo animal como no humano é o que mais interessa hoje. O agrônomo estima já ter trabalhado com cerca de 800 criadores de ovinos e bovinos. "A produção de palma minimiza as perdas, nos períodos de estiagem. É uma riqueza pouco explorada", diz Além da alimentação, há uma série de subprodutos que podem ser obtidos por meio da palma forrageira, confirma o Chefe Geral da Embrapa Tropical, Victor Hugo. Explica que estão relacionados com celulose e a nanocelulose, através das quais são obtidos produtos como adesivos, bioadesivos, xaropes e bebidas utilizadas em dietas especiais. A Embrapa Tropical, informa, possui um Laboratório de Valorização de Resíduos da Biomassa, onde são realizados estudos que avaliam as propriedades fitoterápicas da planta. Já sinalizam que ela ajuda a eliminar as toxinas do álcool e do fumo absorvidas pelo organismo. Também ajuda no metabolismo da gordura, contribuindo para reduzir a concentração de açúcar no sangue e das taxas de colesterol, assim como no controle do diabetes. Os estudos revelam que, por contar com muitas fibras solúveis e insolúveis, a palma ajuda no bom funcionamento do sistema digestivo, além de impedir a concentração de elementos cancerígenos.



Nutrição infantil



Há três tipos de palmas comestíveis. Em muitas localidades, o fruto da planta já é comercializado nos supermercados, conhecido como "figo da índia". Os diversos micronutrientes contidos neste vegetal (incluindo, uma grande quantidade de vitamina A, do complexo B e C, e minerais como o ferro, cálcio potássio e outros), de acordo com a professora da Universidade Federal da Paraíba e engenheira de alimentos, Ione Diniz, ajudam a evitar a cegueira noturna nos recém nascidos, além de colaborar para o crescimento das crianças. Ao alimentá-las desde cedo com a hortaliça, é observada uma melhora na saúde geral por se tratar de uma excelente fonte de nutrientes essenciais. A professora Ione Diniz ministrou oficina sobre os diferentes preparos da palma forrageira na alimentação humana durante o PEC nordeste. Sugeriu algumas formas de preparo como ingrediente de molhos de tomate, no picadinho ou como recheio. Durante o evento, foram produzidas refeições com a palma, a exemplo de tortas de forno e sucos. Os participantes tiveram a oportunidade de conferir a forma como é produzida a polpa da palma, que serve de base para a preparação de diferentes tipos de pratos. O bônus do consumo desta forrageira são os efeitos medicinais devido a suas propriedades anti-inflamatórias. Estudos recentes revelam que o consumo do vegetal pode contribui para a melhora dos quadros de dores crônicas e osteoporose.


Usos diversificadosOs frutos e raquetes (ou brotos) da palma forrageira são empregados em múltiplos usos:

Alimentação animal: por ser um vegetal rico em água e fibras, é empregado no preparo com silagem ou feno;

Alimentação humana: tanto a fruta da palma como as raquetes, na preparação de mais de 200 pratos e sucos;

Agroindústria: com preparação de diversos produtos e derivados, que resultam no uso das raquetes jovens e dos frutos;

Medicamento popular: é considerado antidiarreico, antidisentérico, peitoral, antiasmático , diurético, cardiotônico, antinflamatório, da bexiga e da uretra (no alívio das dores) e no tratamento do diabetes;

Corantes: os índios mexicanos produziam corantes (carmim);

Cosméticos: são produzidos vários produtos, a exemplo de xampus, loções e sabonetes;

Outras aplicações estão sendo pesquisadas, como adesivos, bioadesivos, xaropes e bebidas utilizadas em dietas especiais.
Fonte: "Palma Forrageira", de Francisco Brandão, Augusto Mesquita e Jucimara dos Santos

Receita
Quibe de broto de palma com soja
chá de azeite - 1 xícara
chá de açúcar - 1 colher
sobremesa de sal - 1 colher
palma fatiada em tirinhas - 4 copos
soja texturizada ou carne moída - 4 copos

Lave a raquete da palma; retire os espinhos e ferva por três minutos em água com um pouco de vinagre para retirar a substância viscosa ou "baba". Passe os temperos em uma panela e adicione a carne moída ou a soja, deixando refogar tampada. Adicione a água aos poucos, até que a carne/soja fique suave. Misture a palma até reduzir o caldo ao mínimo. Coloque em uma travessa e cubra com a nata ou creme de leite (opcional). Decore e sirva acompanhado de purê de batata doce, batatinha, inhame, aipim, polenta ou xerém

sábado, 20 de outubro de 2012

Os Patos de Rui Barbosa



Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada. E o ladrão, confuso, diz:"Dotô, eu levo ou deixo os patos?"

Foto: A Flying Duck orquídea (Caleana grande) da Austrália. 



Preserve o resto que nos resta

Foto: Em Quixabeira por Eli de Castro

Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro. 

Provérbio Indígena

LIBÉLULA - ACANTHAGRION TAXAENSE

É uma libélula de porte pequeno, de asas hialinas e iguais. A espécie caracteriza-se por apresentar a parte posterior da cabeça amarela e dorso do labro escuro. Abdômen negro, com faixas azuis dorsais.
A espécie possui apêndices superiores curtos, não ultrapassando os inferiores, com uma faixa de cerdas em forma de pincel. Os espécimens foram coletados na vegetação subarbórea que circunda a Pedra de Itaúna, no canal das Taxas, lagoa das Taxas e lagoa de Marapendi, no Recreio dos Bandeirantes, município do Rio de Janeiro. A situação da espécie é agravada em razão da grande expansão imobiliária que vem se verificando na região de ocorrência da espécie. (MACHADO et al., 2008)



GRUPO: Invertebrados Terrestres - Insetos
ESPÉCIE: Acanthagrion taxaense Santos, 1965
NOME VULGAR: Libélula; Cavalo-de-judeu
FATORES DE AMEAÇA: Perda/degradação de habitat
BIOMA: Mata Atlântica
PLANO DE AÇÃO:
CENTROS DE PESQUISA               
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
REFERÊNCIAS    - MACHADO, A. B. M; DRUMMOND, G. M. & PAGLIA, A. P. (eds) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 2008, 1420 p. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente; Belo Horizonte, MG: Fundação Biodiversitas, 2008

Fonte:

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mandacaru



mandacaru (Cereus jamacaru), também conhecido como cardeiro, é uma planta da família das cactáceas. É comum no nordeste brasileiro e não raro, atinge até mais de 5 metros de altura. Existe uma variedade sem espinhos, usada na alimentação de animais. A variedade comum é altamente espinhenta e também é usada na alimentação de animais, quando seus espinhos são queimados ou cortados. O mandacaru resiste a secas, mesmo das mais fortes. As flores desta espécie de cactos são brancas, muito bonitas e medem aproximadamente 30cm de comprimento. Os botões das flores geralmente aparecem no meio da primavera e cada flor dura apenas um período noturno, ou seja, desabrocham ao anoitecer e ao amanhecer já começam a murchar. Seu fruto tem uma cor violeta forte. A polpa é branca com sementes pretas minúsculas, e é muito saborosa, servindo de alimento para diversas aves típicas da caatinga, como a gralha-cancã e o periquito-da-caatinga.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Sertão Nordestino




A dura vida do sertanejo

Dentre os muitos aspectos apresentados pela Região Nordeste o que mais se destaca é a seca, causada pela escassez de chuvas, proporcionando pobreza e fome. A partir dessa temática é importante entender quais são os fatores que determinam o clima da região, especialmente na sub-região do sertão, região que mais sofre com a seca. O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas, isso em âmbito nacional. A restrita presença de chuva nessa área é causada basicamente pelo tipo de massa de ar aliado ao relevo, esse muitas vezes impede que massas de ar quentes e úmidas ajam sobre o local causando chuvas. No sul do Sertão ocorrem, raramente, chuvas entre outubro e março, essas são provenientes da ação de frentes frias com característica polar que se apresentam e agem no sudeste. As outras áreas do Sertão têm suas chuvas provocadas pelos ventos alísios vindos do hemisfério norte. No Sertão, as chuvas se apresentam entre dezembro e abril, no entanto, em determinados anos isso não acontece, ocasionando um longo período sem chuvas, originando assim, a seca. As secas prolongadas no Sertão Nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é denominado pela classe cientifica de El Niño, nos anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre com a intensa seca. A longa estiagem provoca uma série de prejuízos aos agricultores, como perda de plantações e animais, a falta de produtividade causada pela seca provoca a fome.


Vegetação 

No Sertão e no Agreste o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semi-árido, esse tipo de vegetação é adaptado à escassez de água. Algumas espécies de plantas da caatinga têm a capacidade de armazenar água no caule ou nas raízes, outras perdem as folhas para não diminuir a umidade, todas com o mesmo fim, poupar água para os momentos de seca. 

Rios temporários ou sazonais 

Os rios que estão situados nas áreas do Sertão são influenciados pelo clima semi-árido, dessa forma não há grande incidência de chuvas. A maioria dos rios do Sertão e Agreste é caracterizada pelo regime pluvial temporário, isso significa que nos períodos sem chuva eles secam, no entanto, logo que chove se enchem novamente. Nas regiões citadas é comum a construção de barragens e açudes como meio de armazenar água para suportar períodos de seca.


Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia


Novo Código Florestal



 

Novo Código Florestal

Como também é chamada a Lei N.º 4.771 de 15 de setembro de 1965, trata das florestas em território brasileiro e demais formas de vegetação, define a Amazônia Legal, os direitos de propriedade e restrições de uso para algumas regiões que compreendem estas formações vegetais e os critérios para supressão e exploração da vegetação nativa.
A Lei N.º 4.771 é chamada de “Novo Código Florestal” porque em 1934 já havia sido aprovado o “Código Florestal” (Decreto n.º 23.793) que, no entanto, não deu certo devido às dificuldades para sua implementação.
Logo em seu primeiro artigo o Novo Código Florestal diz que “As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, (…), são bens de interesse comum a todos os habitantes do País…”, explicitando o valor intrínseco das florestas e vegetações nativas a despeito de seu valor comercial. Mais uma amostra da nova percepção de direitos que começara com a Constituição de 1988.
No Art. 2º são definidas as áreas de preservação permanente  (como topos de morros, ao redor de nascentes, ao longo de rios, etc.), nas quais, segundo a Lei, só é permitida a supressão total ou parcial com a autorização prévia do Poder Executivo Federal e quando for para a execução de atividades de utilidade pública ou interesse social (definidas no Art. 1º, § 2º, incisos IV e V). Para supressão de vegetação nestas regiões em perímetro urbano, o Novo Código Florestal manda que se siga o previsto no Plano Diretor e as leis de uso e ocupação do solo do município desde que observadas às restrições impostas pelo Código.
O Novo Código Florestal define ainda, a região da Amazônia Legal como a que compreende os “…Estados do Acre, Pará, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e regiões ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão”. Abrangendo toda a chamada “Amazônia brasileira”.
Mas, uma das questões mais polêmicas do Novo Código Florestal é a questão tratada no seu Artigo 16º sobre a existência de “reserva legal” em toda propriedade, sendo que o percentual da propriedade que deve ser destinado a esse fim, segundo o Novo Código, chega a 80% na região da Amazônia Legal. Reserva na qual é proibida a supressão da vegetação nativa e só é permitida a utilização sob regime de manejo florestal sustentável. Para alguns, como a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e a chamada “bancada ruralista”, a utilização do imóvel rural deveria ser plena e até mesmo de uso irrestrito em nome do desenvolvimento. Mas para outros, como o CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) e o Ministério Público, o correto é mesmo condicionar o uso da propriedade rural de modo a garantir a preservação do que, convencionou-se chamar de “bens jurídicos ambientais” uma vez que, com está escrito no Art. 1º, as florestas e demais formas de vegetação “…são bens de interesse comum a todos os habitantes do País…”.
                                                                                                                                      Por Caroline Faria
Fonte:

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

JACUTINGA - ABURRIA JACUTINGA




É um dos mais belos e emblemáticos endemismos da Mata Atlântica.
     Espécie florestal, prefere as matas primárias de baixada e de média altitude, havendo registros até 1.000 m acima do nível do mar. Suspeita-se que possa fazer migrações altitudinais, especialmente na Serra do Mar, acompanhando a frutificação de algumas espécies de árvores. Era mais comum ao longo de cursos d´água do que no interior das florestas. Passa a maior parte do tempo nas árvores, descendo ao solo apenas para apanhar alguns frutos caídos ou para beber água. Frugívora, com uma dieta ampla, que inclui frutos do palmito (Euterpe edulis), um dos seus alimentos favoritos. Regurgita as sementes ingeridas ou as elimina com as fezes, apresentando um papel importantíssimo na dispersão de sementes nas florestas onde habita. 
     Discreta. Chama a atenção no final da tarde ou no amanhecer, executando barulhentos vôos territoriais, graças às modificações nas suas rêmiges primárias. A reprodução ocorre no segundo semestre, entre agosto e novembro. Seu ninho é uma plataforma simples, construída com galhos e ramos no alto das árvores. A fêmea coloca de 2 a 3 ovos de casca branca, que se torna marrom com o tempo. Os filhotes, nidífugos, acompanham os pais pela ramaria alta tão logo a plumagem esteja seca (MACHADO et al., 2008) 

Fotos: Flavio Guglielmino(1), Lucas Leite - www.noticiaanimal.com.br (2), Marco A. de Freitas(3,4)




GRUPO: Aves
ESPÉCIE: Aburria jacutinga (Spix, 1825)
NOME VULGAR: Jacutinga
FATORES DE AMEAÇA: Perda/degradação de habitat e caça.
BIOMA:  Mata Atlântica
PLANO DE AÇÃO : - PAN Galiformes (publicado em 2008).
CENTROS DE PESQUISA: CEMAVE
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:
- PARNA de Ilha Grande² (MS/PR); 

- PARNA do Iguaçu², APA de Guaraqueçaba², PE da Mata dos Godoy¹, PE das Lauráceas¹, PE da Graciosa¹, APA Guaratuba¹, RPPN Corredor do Iguaçu I¹, EE Rio dos Touros¹ (PR);
- PE do Rio Doce¹ (MG);
 
- PARNA de Itatiaia² (MG/RJ);

- PARNA da Serra da Bocaina² (RJ/SP);

- PE de Carlos Botelho¹, PE Intervales¹, PE Ilhabela¹, PE Ilha do Cardoso¹, PE Serra do Mar - Núcleo Caraguatatuba¹, PE Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia¹, PE Serra do Mar - Núcleo Cunha¹, EE de Boracéia¹ (SP);

- PE da Serra do Tabuleiro¹ (SC);

- PE do Turvo¹ (RS).

REFERÊNCIAS   

- ¹MACHADO, A. B. M; DRUMMOND, G. M. & PAGLIA, A. P. (eds) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Volume II. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2008. 906 p.
- ²NASCIMENTO, J.L.; CAMPOS, I.B. (orgs.). Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção em Unidades de Conservação Federais. Brasília,DF: ICMBio. 276 p.

Fonte:

Equilíbrio Ecológico

Quando falamos em equilíbrio ecológico, estamos falando sobre uma relação estabelecida entre os organismos e que são vitais para a manutenção dessa espécies.
 
A extinção de determinada espécie ou população pode acabar afetando o equilíbrio ecológico existente em uma comunidade.
Quando falamos em equilíbrio ecológico de populações, remetemos aos seguintes aspectos:
(1) População de tamanho estável na qual as taxas de mortalidade e emigração são compensadas pela taxa de natalidade e imigração. Equilíbrio de fluxo de energia em um ecossistema;
(2) População na qual as freqüências de genes estão em equilíbrio;
(3) O equilíbrio ecológico é um requisito para a manutenção da qualidade e das características essenciais do ecossistema ou de determinado meio. Não deve ser entendido como situação estática, mas como estado dinâmico no amplo contexto das relações entre os vários seres que compõem o meio, como as relações tróficas, o transporte de matéria e energia. O equilíbrio ecológico supõe mecanismos de auto-regulação ou retroalimentação nos ecossistemas;
(4) Equilíbrio da natureza; estado em que as populações relativas das diferentes espécies permanecem constantes; o equilíbrio ecológico tem um caráter dinâmico pois é submetido às relações constantes entre os seres vivos de uma comunidade e entre as comunidades ecossistemas; a destruição do equilíbrio ecológico causa a extinção de espécies e coloca em risco os processos ecológicos essenciais.
 

>> Equilíbrio Ecológico <<

 
Há na natureza um equilíbrio dinâmico entre os organismos vivos (biocenose) e o ambiente em que vivem (biocenose), compartimentos estes que, formam o ecossistema, com suas trocas e influências entre organismos e entre eles e o meio. Fator de desequilíbrio é qualquer acontecimento ou evento que venha a perturbar as características naturais de um ecossistema.

Fatores naturais de desequilíbrio

São eventos muito esporádicos, imprevisíveis, como grandes furacões, terremotos, tempestades, maremotos, vendavais, etc., os quais tendem a gerar intensa destruição nos ambientes onde ocorrem. Dependendo do tipo de ecossistema atingido, os danos na comunidade biológica podem ser intensos, sendo necessários vários anos para a sua plena recuperação. Em alguns casos, eventos esporádicos, mas cíclicos (voltam a ocorrer em períodos de tempo longos, mas relativamente regulares), induzem as comunidades ao desenvolvimento de adaptações, como por exemplo nos cerrados, onde o fogo é um fator estressante periódico, que ocorre em intervalos de alguns anos. Neste exemplo, muitas árvores e plantas já se encontram adaptadas ao fogo, algumas inclusive necessitando dele em alguns processos reprodutivos. Neste caso, o fogo do cerrado é um fator de desequilíbrio para alguns componentes do ecossistema, mas para outros não.

Fatores de desequilíbrio induzidos pelo homem

Nesta categoria encontram-se todos os tipos de estresse produzido pelo homem na natureza: poluição atmosférica, poluição dos rios e lagos, poluição dos mares e oceanos, desmatamento de florestas, matas cilliares e mangues, depredação e captura de espécies para comércio, macacos, aves, focas, sobrepesca (captura excessiva de peixes, captura de peixes muito jovens e peixes em época reprodutiva), aquecimento global (efeito estufa), redução na camada de ozônio, explosão demográfica, etc..
Estes e outros fatores, ligados às atividades humanas causam perturbações nos ecossistemas, que vão desde efeitos imperceptíveis a curto prazo até a total destruição de ecossistemas inteiros, como ocorre com os aterros de manguezais, queimadas na Amazônia, derrames de petróleo, etc.. Um aspecto muito importante no que diz respeito aos fatores de desequilíbrio ecológico é que, estando todas as espécies interligadas em um ecossistema e dependendo do ambiente físico para viver, as perturbações ocorridas em uma espécie ou um compartimento ecológico (por exemplo, animais herbívoros), refletirão em toda a teia trófica, causando danos muito maiores, em todo o ecossistema.
Exemplo teórico de desequilíbrio ecológico:

O ambiente

Os costões rochosos do litoral de São Paulo, situados nos cantos das praias, e nas ilhas, são ecossistemas ricos em diversidade e densidade de organismos, os quais são agrupados em produtores (algas verdes, vermelhas, pardas), herbívoros (caramujos pastadores, caranguejos, ouriços, etc.), carnívoros (caramujos, siris, caranguejos, estrelas do mar), comedores de areia (pepinos do mar) e filtradores (cracas, mexilhões, ostras...). Todos estes organismos, cuja diversidade pode chegar a várias centenas de espécies, estão ligados pela teia trófica, na qual uns servem de alimento para outros.

O fato

Um derrame de óleo atinge o costão recobrindo parte da comunidade presente nas rochas. Diversas espécies de algas morrem intoxicadas pelos compostos químicos do óleo, bem como estrelas do mar, anêmonas e ouriços. Caranguejos herbívoros e caramujos morrem asfixiados e recobertos pelo óleo.

Consequências

Com a redução drástica das algas presentes na rocha, os herbívoros que sobreviveram não terão recursos para se alimentarem e sua taxa de mortalidade irá aumentar; conseqüentemente, os carnívoros que deles se alimentavam também irão iniciar um período de abstinência alimentar, e assim por diante ao longo de toda a teia alimentar. Por outro lado, com a morte das algas, muito espaço na rocha foi desocupado e as espécies mais resistentes e com grande capacidade reprodutiva, como as cracas, ocupam a rocha descoberta, em uma área diferente da sua área natural de ocupação. Com o tempo, um processo de sucessão ecológica se inicia, onde o ambiente passa por fases de recuperação até retornar às condições próximas às de antes do derrame de petróleo.
A recuperação após perturbações ecológicas graves, pode durar muitos anos ou até décadas, como é o caso dos manguezais (desmatamento e aterro de manguezais não possibilitam a recuperação natural dos mesmos).
A séria realidade do desmatamento da Amazônia é outro bom exemplo. A floresta vive sobre um sedimento extremamente pobre em nutrientes. Os sais, oligo elementos (substâncias vitais, mas necessárias em pequenas quantidades) e todos os nutrientes necessários às plantas são extraídos das camadas superficiais do solo, onde se acumula grande quantidade de matéria orgânica vegetal e animal. Todo este material é constantemente decomposto pelas bactérias e fungos (decompositores) com o auxílio dos insetos que trituram e “picotam” os restos vegetais, e os nutrientes retornam às plantas fechando um ciclo delicado e equilibrado. Com o desmatamento, para a formação de pasto para o gado, este ciclo da floresta é quebrado. O pasto que cresce no lugar da floresta logo extingue os poucos nutrientes do solo e não consegue mais resistir, tornando necessários novos desmatamentos. A própria queima, método utilizado no desmatamento já é bastante prejudicial ao solo.
O desequilíbrio ecológico, resultante de atividades humanas desordenadas, causa perturbações, a curto, médio e longo prazo, nos ecossistemas naturais, mas também tende a reverter estas perturbações ao próprio homem, uma vez que ele vive e depende do meio ambiente para continuar a sobreviver. Sem água potável, sem ar respirável, sem florestas, sem fauna e flora em equilíbrio, a qualidade de vida do próprio homem encontrar-se-á ameaçada. Há muitos indícios de que as mesmas espécies marinhas e terrestres, que hoje estão se extinguindo, estão levando consigo substâncias presentes em seus corpos, que poderiam ser a solução de muitas doenças. Isto é especialmente verdadeiro para as centenas de espécies de plantas e animais desconhecidos da Amazônia, cujas populações inteiras, neste momento, estão sendo destruídas, sem ter sido sequer descobertas e estudadas.
Finalmente, o fato que é considerado a causa de muitos processos de desequilíbrio ecológico é a explosão demográfica da população humana, graças ao desenvolvimento da tecnologia, da medicina, da melhoria da qualidade de vida em geral. É importante se ter ciência de que a população humana está crescendo em progressão geométrica, mas os recursos necessários à nossa sobrevivência não. Atualmente, calcula-se que para a humanidade dobrar de tamanho sejam necessários apenas trinta anos. A pergunta é como irá se comportar o meio ambiente e os ecossistemas do planeta com este crescimento e desenvolvimento desordenado? É possível que a resposta esteja ligada, pelo menos em parte, ao chamado desenvolvimento sustentado, no qual é possível o uso racional dos ecossistemas em benefício do homem, sem que estes sejam destruídos, mas uns sustentam os outros.
 
 
 

domingo, 14 de outubro de 2012

Natureza exuberante

Natureza exuberante, cheia de sons e de pequenos ruídos que nos levam à uma paz muito grande. Se todos pudessem avaliar a sua força, procurariam estar mais em contato com esse bálsamo de vida que se chama "natureza".